Abadia e Delma

Abadia e Delma

sexta-feira, 23 de março de 2012

PORTFÓLIO

Um passeio pelas palavras bem expressas através dos tempos


Ainda adolescente, não fui o preferido de uma garota nos anos de 19630. eu era um rapaz que não possuía muitos bens materiais. Fiquei triste. É fato, mas jurei tornar-se homem rico para não passar por esta situação constrangedora junto aquela moça. Fiquei quase uma década me recuperando deste fato ocorrido. Depois resolvi recobrar o tempo perdido e conquistar uma nova namorada bonita e atraente, que conheci em uma boate que freqüentava na época. Convidei-a para assistir uma comédia, o sucesso do momento. Foi a maior diversão. O pai dela não gostou da idéia. Por isso corrigiu-me severamente. Só esqueci esse episódio dez anos depois. Esperei muito tempo. Não seria fácil namorar aquela garota meiga e bonita. Ela não esqueceu do acontecimento. Eu já estava ficando mais velho, mas ainda era bonito e sedutor, um galã. Além do mais meu amigo, nos anos 60 eu não era tão pobre assim. Era um homem bonito e charmoso, tinha um carro potente, um diálogo convincente. Desses de fazer qualquer garota apaixonar. E uma coisa era certa não era líder sindical governista e nem feio. Resolvi passar vários por vários restaurantes e bares noturnos e enfrentar uma mulher bonita. Estava querendo uma que fosse honesta e fiel que não desrespeitasse compromisso. Mas ela se gabava muito com um samba no pé. Veio com aquela conversa boba e eu, que estava bem excitado curti a maior depressão. Mais 10 anos amigo, desisti da lindinha que a essas alturas já estava mais velha e mal vestida. Não era mais tão linda e atraente. E eu ainda era um homem muito bonito. Muitas mulheres ainda me admiravam.
Estava a fim de uma mulher bonita. Em ótima situação, acredite! Tentei conquistá-la. Que situação difícil! Eu estava enganado. Ela não gostou da conversa sem objetivo. Fui mal sucedido. Foi chocante e horrível: ela me chamou de bobo e foi embora. Acabou. Entrei na política. Virei político nomeado pelo governo, tornei-me conservador, muito exigente. Deixei de ser aquele indivíduo bom, que fazia amor no escuro, aproveitando muito. Nem importava com as coisas do coração. Meu negócio era dinheiro, muito dinheiro. Entrei meio confuso nos anos 80, com depressão, aprendi aquela linguagem falsa dos economistas, preocupado com os grupos de patrulhamento político, vendo a beleza passar no movimento daquelas mulheres seminuas. Que bom! Como me senti feio! Chegaram aos anos 90 e eu decidi acordar para a vida. Nas ruas, estudantes impressionaram protestando. Já aposentado por pouco levaria a fama de homossexual. As mulheres que faziam parte do meu grupo tornaram bonitas e atraentes. Enganei demais. Fiquei muito tempo esperando. Vou mudar de vida. Estou presente e observarei com cuidado, pensei. Entendido, quis deixar de ser um chato e parti para o flerte. Não queria mais estragar tudo. Descobri que namorar sem compromisso demais e é o que muitos estão fazendo. Chega de namoro demorado e firme. Achei uma garota magra, de corpo escultural e fui recuperar o tempo perdido. Sou uma pessoa de expressão. Estava convicto. Um rapaz bem vestido à procura de uma menina bem arrumada e bonita que me desse moral, fui namorar.
Não namoro alguém mais novo do que eu, mas resolvi dialogar com a primeira menina que aparecesse na minha frente.

Estava disposto a gastar o dinheiro. Que prejuízo. Passei o maior vexame! Apaixonado, fiquei com uma magrela bem feia. A essas alturas da vida, deu bom amigo, não poderia escolher muito. O que pode querer um velho rico e solitário?
Também não estava a fim de nenhuma mulher muito e mal produzida. Estava me sentido namorador, pegador. Meio tímido, conversei com aquela mulher de bumbum avantajado. Intrigado me chamou de velho. O bobão aqui ainda pensou que era elogio. Fiquei atento. É mesmo o fim do século. Enlouqueci, quando um homenzarrão chegou de lado e disse:
E aí meu senhor! Com licença que eu vou embora com esta mulher. Aí já era demais! Outro fora o coração deste velhíssimo homem não agüentava. Viajei no tempo...desapareci.

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